Abissalia


O primeiro
verbo do tudo
é não ser
O perecer
que vem antes
de nulo -
expurgo
casulo
sumo
túmulo:
a vida ao cúmulo

Como eu fui dentro de você:
um peixe cego perdido
a navegar profundos
bússolo abissal
extraterreno rotundo

E agora para fora do fora
e do dentro expulso
reviramundo
Até o sol revelar
outro canto
outro fundo

Morrer
é o verbo de tudo








Chamando vento


Xamã do sol chamando esse vento, lento.
Chamo cha cha cha
chamego chameguento
cham a e u nguento
































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Abecedáporo


Ora essa palavra desdita, libra
perdida nos classificados
Dança sua surda e mímica sina:
parte, da parte à parte do pedaço
desse colossal garrancho, esquiva,
mínima mácula à esquerda do halo
Micro escópio estilhaçado,
abecedáporo grita seu
mínimo múrmure esmagado

promoçÃO!

























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Vasilhame


Em algum lugar
eu sei
que choveu agora

Em algum dia,
eu saberia,
que chove dentro de mim










Entre nuvens


...arranho ess e  s eu céu im penetro s éu
c eu não passeio nem passo ao
          largo eu brito um espaço acim a baixo eu fresto secretos
       concretos segredos névoos sobre meu nariz quebrado
   sob esse salgado brilho estilhaçado eu suspiro lumes
 eu su focado desse sol cinza sol cinza sus surrado
entre nuvens

























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