Vivo na capital mundial
dos corações magoados,
partidos pelas demandas-currículos
e pelos humores do mercado
Mas não é o choro de Verocity que soa
É a contrabateria do ranço,
um não-posso-me-amofiná que destoa
Da Meca de Pimbudópolis -
essa negra pedra dura e fria
de se mundiarem os velozes -, o mal voa:
é o não de quem não pode
com quem pode não querer
o que se disse que não se pode à toa
E são sempre as mesmas
alentadas lágrimas sem salento
Sem tal, sem unguento,
sem sal, sem tal nem ento
Espécie de lamento,
bem nutrido e sempre úmido:
fados, almo fados
Molhada almofadinha de mil fios
em seus tear e s pelos aros
E tanto faz se de Coachland ou de Patrogrado:
logo logo, e de novo,
sempre voltará ao estofo,
ao sol e ao mais alto e alvo varal
espumante de alvejado mofo,
ao nobre enxoval da fina arte de comer gente
- feito gente em dançante noite sem outros
E como se dança no distrito de Vilaville,
no departamento de Facetown,
na alameda Mediocritas,
número índico full ano no name de tal
Endereço postal de todas as balas esvoaçantes,
da coreografia geral
do enredo que nunca cessa, afinal
Condado dos xerifes
de todos os almoxarifes em seus arredores,
terras do bonito, bom, barato
e congratulado trabalho braçal
Onde estudar muito e jogar bola muito
é muito mais do mesmo muito igual
Até onde vai a vista, ou não se viu a prazo,
tudo é sempre o caolho reino do mal
Vivo nessa capital mundial
dos corações magoados,
partidos desfalidos corridos,
pelos desmandos dos macacos
a perturbar a ordem alimentar
da cadeia animal nacional
Piripiripirinópolis com assento confort e avental
da prega que se emprega e desemprega,
que nem cora de a toda hora
se arregar no cipoal,
despetalada ao capitão da indústria
ou ao gerente do matagal
Depois, disfarça que disfarça
que disfarça que chora longe do hall
Cada principado tem o seu de legado
O meu sempre foi uma rota de fuga
pelo curso ruidoso e duro dos desgovernados
A ti, que sempre dizes
que se não mais te sirvo devo morrer,
digo que só sirvo de fato a mim,
e por isso mesmo devo muito viver
Meca, me cá...
came me... ca me... ca me... me cá...
Meca, me dá...
Dá-me, dá-me, dá-me... me dá